
- Por: Administrador
- 16/07/2025
A aposentadoria dos médicos costuma gerar muitas dúvidas, especialmente porque essa categoria enfrenta rotinas intensas, várias fontes de renda e, muitas vezes, atua tanto no setor público quanto no privado. Neste post, vamos explicar como funciona a aposentadoria para médicos, quais são as regras e quais cuidados devem ser tomados para garantir o melhor benefício possível.
1. Qual regime de previdência o médico segue?
Depende da forma de atuação:
● Médico servidor público: está vinculado ao Regime Próprio de Previdência
Social (RPPS), que tem regras próprias definidas pelo ente federativo
(município, estado ou união).
● Médico que atua na iniciativa privada ou como autônomo: está vinculado ao
Regime Geral de Previdência Social (RGPS/INSS).
● Médico com dupla jornada: pode contribuir simultaneamente aos dois
regimes.
É comum que médicos tenham vínculos múltiplos, e por isso é fundamental fazer um planejamento para aproveitar o tempo e as contribuições da melhor forma possível.
2. Regras atuais para aposentadoria pelo INSS
Com a Reforma da Previdência (EC 103/2019), as regras mudaram. Para quem é médico e contribui pelo INSS, as regras são:
– Idade mínima: 62 anos (mulheres) e 65 anos (homens);
– Tempo mínimo de contribuição: 15 anos (se já estava contribuindo antes da reforma) ou 20 anos (para quem começou depois);
– O valor da aposentadoria será uma média de todos os salários de
contribuição, com 60% + 2% a cada ano que exceder 20 anos de contribuição
(homens) ou 15 anos (mulheres).
3. Posso somar tempo de trabalho como médico em locais diferentes?
Sim! Médicos podem somar os tempos de contribuição de diferentes vínculos, desde que não sejam concomitantes. Além disso, quem atuou em áreas consideradas insalubres (como pronto-socorro ou UTI) pode ter direito à contagem especial do tempo de serviço — com a possibilidade de aposentadoria especial.
A aposentadoria especial para médicos exige comprovação da exposição contínua a agentes nocivos. Após a Reforma, ela exige 25 anos de efetiva exposição e a idade de 60 anos. Na regra de transição, exige 25 anos de atividade insalubre mais idade e a soma deve resultar em 86 pontos.
4. Planejamento é fundamental
Devido à complexidade dos vínculos e das regras, é essencial que o médico busque um planejamento previdenciário personalizado. Isso ajuda a:
• Evitar contribuições desnecessárias ou em duplicidade;
• Garantir o maior valor possível de benefício;
• Escolher o melhor momento para pedir a aposentadoria.
. Verificar quantas aposentadorias é possível obter
Dica: Médicos autônomos devem ficar atentos para não recolher sobre valores muito baixos, o que pode comprometer o valor do benefício no futuro.
Conclusão
A aposentadoria dos médicos é cheia de particularidades. Por isso, quanto mais cedo for feito o planejamento, maiores as chances de garantir um benefício justo e estratégico. A atuação em múltiplos vínculos, a possibilidade de aposentadoria especial e a transição entre regimes exigem atenção.
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